quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

sábado, 9 de novembro de 2013

na noite anterior deram nó cego
firmaram contrato
avisaram os deuses
que o elixir do amor
eram as gotas do suor
de seus corpos gastos.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

nos olhos dele é possível ver o mar refletido das praias caribenhas. ele tem o mar nos olhos e o amar no peito. dizem que o mar e o amar são infinitos. há quem duvide. há quem crê. a cada passo que da em minha direção sinto os pensamentos embaralharem. como se de meus lábios fosse possível sair qualquer palavra aleatória como ‘’goiaba’’. assim, qualquer palavra besta que não condiga com o que almejo verdadeiramente dizer.
estimo sua companhia, mesmo com o estomago atrofiado de ansiedade conjunta com felicidade. dói que parece fome.
emudeço,  como se a qualquer ato falho estragasse esse instante eterno.
tremo de calafrios.
tu chega. pega minha mão. minha mão sua. tudo sua.
na certeza de que sou toda sua.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

fisgada

fez
carinho
se fez de
ninho
e meu coração
levou.
eu
despercebida
só fui
entender
quanto já era
amor.
noite cai e lá vai ela.
cabisbaixa.
com seus sapatos caramelo.
suas unhas roídas.
seu cigarro apagado
(esquecido entre os dedos).
seus passos tropeços.
seus olhos entorpecidos.
seu cabelo ressequido.
seus dentes manchados de vinho.
suas tatuagens sem cor marcada na pele branca.

anda pela rua
atrás de um gole, um trago.
atrás de um escape da realidade.
atrás de um de seus homens perdidos.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

foi uma despedida amena. imaginei roupas voando pela janela. vidros estilhaçados nas paredes. porcelanas fragmentadas. imaginei não pelo meu drama mas porque existia um pacto quase de sangue do qual nunca nos abandonaríamos. nos abandonamos. no fundo sinto que tu foste embora calado porque ninguém quis ceder. ninguém quis dizer um ''fica'' optamos por pegar nossas trouxas e ir.
de legado muitas promessas que não foram cumpridas. muitos planos que se desfizeram na nossa frente. tu egocêntrico demais para me amar. e eu artista demais para te amar.
faleci e soluçando engoli o choro aos poucos.
chovia e o dia era cinza. chovia em meus pensamentos como chovia lá fora. chovia não só para lavar a alma, mas para libertar o que estava carregado de nós.
porque o sentimento era como se uma enchente forte viesse e carregasse para sempre tudo que nós tínhamos.

domingo, 13 de outubro de 2013

antes não era amor.
antes era só sacanagem. antes era só olhares sem pretensão de ancorar. antes era só a carne doada pela solidão depois de algumas doses. antes era só o compartilhamento da loucura. antes era só a noite virada em musica e fumo. antes era só algumas palavras bonitas cravadas no peito. antes era só mera companhia para animar mais os dias. antes era só alguns discos e livros emprestados.
antes era só manhã de afago.

antes era quase nada...
infelizmente hoje é tudo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

acontecia que a dias não acontecia nada. o quarto escuro do qual não saia havia sido lotado por garrafas de cerveja. algumas vazias. outras meio vazias. nunca meio cheias. nunca se vê o lado meio cheio do copo. só o meio cheio do cinzeiro. alias, as brasas caiam por toda a parte. pelo sofá quando segurava o livro e esquecia de bater as cinzas. na mesa do computador após mexer em fotografias. na cama antes de dormir. na cama antes de acordar. na varanda não. não saia para ver a luz do Sol. sentia-se constrangida  com a claridade no seu rosto.
ela era um parasita que retirava seus meios de sobrevivência de seu próprio enfraquecimento diário. do arrastar fúnebre dos dias. da desistência do viver.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

colecionava algumas dores que não tinha estrutura para carregar.
pesava os ombros.
atrofiava a coluna.
premia os passos.
caia.
rasgava o tecido do joelho.
mas não reclamava.
seguia firme da maneira que conseguia. 

sábado, 7 de setembro de 2013

me rendi a cama, aos lençóis, aos cabelos.
ao cheiro de lavanda barata.
ao velho jeito. aos mesmos erros.
a essa coisa que uns chamam de amor que não sai de mim.
amor é uma merda na realidade.
por isso bebo e rasuro. rasuro meus papeis.
rasuro minha casa.
rasuro minha vida...
risco. estrago.

me engano com a tese,
era pra escrever sobre o que afinal?

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

toda vez que eles se reencontram. eles se apaixonam.
tua pele
dona de delírios
dona de gemidos cavados
dona de almas saciadas


dona de um mar de martírio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Notivago

algum tempo atrás perdeu-se como um linho com a agulha. andarilho liberto sem rumo. o pouco rumo que tinha era derivado da memória. algo um tanto surrealista, pretensiosa demais. não tinha apreço por horas, calendários.
numa esquina qualquer de uma misera hora. andou se apaixonando pela noite/ou era pelas pernas daquela garota. mas de nada adianta uma fotografia  - de memória – se é só relato. o momento não pausa. em alguns pescoços da rua talvez. com sintéticos e a velha cerveja.


coisas que andou aprendendo com estranhos.

domingo, 1 de setembro de 2013

efêmero

não tinha a barba comprida. mas deixava por fazer. os cabelos castanhos sem corte. e com os olhos vidrados em uma antiga edição de MacBeth. suas vestes eram de um estilo fazendeiro norte americano.  desses que um ator de Hollywood gato interpreta um dono de milharal.
ele parecia interessante sentado com sua mochila, o livro e um derby vermelho.
ele é um rapaz instigante. um rapaz que prende sua atenção enquanto mastiga um plastiquinho de caneta.


a deixava ferver por dentro. 

outra realidade

seu corpo sentia-se fraco. não tratava bem de sua higiene. dormia em um colchão cheirando a testosterona e buceta. morava em um pequeno bordel dividido com mais três mulheres imundas. vadias. pois assim se chamavam.
- vadia guarda o troco do veio se não sobra pro cê. guarda pra casa. que as drogas desse começo de mês tá tudo miado.
na verdade ninguém cedo um galo cheio pra vadia. qualquer época do ano seria miado.
precisava de algo então que a acalmasse. tinha alguns complexos de existência como uma prostituta aos seus trinte e dois tem.
veio muito cedo pra curitiba. só se sabe que é do interior. que aos dezesseis já se prostituía por meros trocados. alguns diziam que ela gostava de se prostituir. alguns diziam que não teve escolha. teve até quem disse que foi por aposta de colégio...

o fato é que ela nunca contou a ninguém seu mistério e seu nome verdadeiro...

sábado, 31 de agosto de 2013







acordei cedo hoje. fui na padaria. comprei pão de queijo para eu e meu bem. acordamos, comemos, sonecamos, nos amamos.
agora minha paixão voltou a sonecar. eu, acordo muito cedo pois preciso terminar um trabalho da faculdade.
e acabo rabiscando no word. como agora faço.


é que te olhando daqui. sentindo seu sono...

me vem soltas as palavras.





pensava em fugir. pensava em fugir. sempre pensou. alias, uma vez se escondeu atrás do chuchuzeiro deixando um recado ao seus pais ’’não me procurem, estou indo morar no bosque’’. alimentou o pensamento também adolescência nonsense, onde reclamava por querer independência, bebendo cerveja na Ivete depois da aula. aos 17 se pode tudo.
pensou que se por acaso. deixasse as gavetas por aqui e se mandasse com sua vitrola, e alguns livros do stanislavski. talvez na volta chegasse com uma tatuagens inglesas shakespereana.
 Aiai, como pensava em colocar os livros na mochila e só ir. pegar o carro. escutando uns Beatles, uns barão com cazuza, uns lobão.


pensava em fugir enquanto terminava sua xícara de chá.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

desistência

Junto com a chuva das quatro veio a vontade de desistir de ti.
desistir porque tu não está aqui para me fazer sorrir.
porque tu nunca esteve, nunca quis estar.
desistir porque já venho a algum tempo colecionando tristezas com sua ausência, seu silencio e sua maneira de não facilitar.
porque cansei dos seus complexos e dramas.
desistir porque não vejo nada em ti além de fuga.

porque seus olhos me adoecem e seus lábios me inflamam.

desistir porque já fez aniversário essa merda de insistência.
desistir porque não existem porquês para continuar.





Vagueia pela casa fumando o filtro do marlboro. bebendo vinho seco numa taça suja de batom vermelho.enrolando notas de cinco e enfileirando no prato mais ócio racional.
já não queria ser bem resolvida. deixar tudo preto no branco.
para colocar as coisas no devido lugar teria que abster-se de muito.  e esses princípios puritanos, regrados nunca a atraíram.
só a desordem.  só o caos é capaz de fasciná-la.
ela é mais um corpo vago. marcado pela magreza dos ansiolíticos. não tem alma. havia trocado a tempos por cachaça de jambu. é barata e acha um barato dar um tapa no baseado e descobrir-se momentânea e improvisada. descobrir-se sem sentimentos .
descobrir-se só sentidos. só toque.
não mede seus atos. mas confessa a si que quanto mais falho o ato mais certa a inspiração.
assim rege uma orquestra de lastimas e prantos. por todos os rapazes enganados.
uma obra de perfeição pode vir dos bueiros.
e essa era sua obra prima. 

domingo, 25 de agosto de 2013

sábado, 24 de agosto de 2013

ela destruía a casa inteira quando se irritava.
depois para se acalmar colocava tudo no lugar, varria a sujeira e camuflava o furacão.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

mudar os ares
em si encontrar a paz
trilhar novos caminhos
regado a flores
claridades, luz
a vento dos fins das tardes
que bagunça o cabelo
e tranquiliza a alma.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

E quando o destino prega
uma peça de reencontro?
surpresa
medo
tremores pelo corpo

como lidar
quando consigo te alcançar?

com um sorriso
coloca minha vida
de cabeça para baixo
seus lábios e suas linhas
são o meu ponto fraco.




terça-feira, 20 de agosto de 2013

outrora me bateu
um resquício canônico
posto a punir
meus anseios
pensamentos
meus atos
e os fatos.

agora dou descarga
nessa merda de resquício
dos meus prazeres
cuido eu
nem que eu vá para o hospício.

sábado, 17 de agosto de 2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

garrafas de cerveja abandonadas pelo quarto. cinzeiro cheio de bitucas. filtro branco e vermelho. os fatos já aconteceram. aqui nessa hora que passa, só bagunça mesmo.
aqui só eu submersa em lembranças.
sentindo teu cheiro nos cobertores. pensando que tu poderia ter esquecido qualquer quinquilharia. qualquer pedaço de pano. qualquer vontade.
qualquer coisa que fizesse tu chegar.




domingo, 4 de agosto de 2013

Aprecio te ver de longe
mas prefiro te ver de perto
sou pouco correspondida
mas sei que meu flerte é certo.

amor que inflama a alma
que despreza sem razão
por receio tu me negas
e atormentas meu coração.

me pega no ato que larga
por dias me deixa
aí sofro calada
e ao rever-te outra boca tu beija..

mesmo que um restinho da noite
eu insisto em te amar
junto suas sobras, destroços da alma
para quando chegarmos em casa eu colar.
e de ti cuidar!
maltrato os pobres, puros, virgens corações de meninas.
maltrato por covardia, por azedume e canalhice.
maltrato fazendo-as de lixo, brincando com seus sentimentos e cuspindo em seus méritos.

tem jeito melhor de fabricar vadias?
jogo do azar
que se joga a dois
e arrisca o destino
de apenas um.
Estava indisposta.  Cansada e com dor de cabeça. Mas queria transar. Teu cangote é heresia maior. Pura luxuria. Puro delito. Transei. Transei sentindo o nirvana circular em minhas veias como a heroína. Transei como uma protagonista no auge e horas como uma escrava emporcalhada.  Fomos às alturas por um momento. 
Ai veio o sono junto com a vontade fraca. Veio o vazio no estomago. O desconforto da cama.  Teu silencio monótomo e teu sorriso forçado.
Fatigada voltei para casa e senti um soco da existência.

queria poder encher as linhas de desgosto por ti.
gostaria de poder começar escrevendo do quanto eu fiz por ti e termina-lo desdenhando teu jeito de quem me deixou escapar pelas ruas do centro.
mas falar mal de ti é como me ferir.
desdenhar de ti é como desdenhar do meu tesouro, da minha fé.

existe paixão.
o que não existe é uma razão para algo fora do contexto existir.
é como uma paixão inacabada. o roteirista deixou em aberto e investiu em outros protagonistas para os próximos capítulos.

se estivesse ao meu alcance, tiraria essa amargura, essa dor que te angustia.
pegaria, sem cerimônias a infelicidade e traria para perto de mim.
trataria dela com sorrisos, com vinho barato e um cigarro enrolado para depois.
tu cantaria uma canção e eu adormeceria em seus braços.

mas não esta ao meu alcance,
nunca esteve ao meu alcance tirar a infelicidade de ti.
não desejo ouvir lamentos, pois não sou cruel.
ao contrario, te dou amor.
talvez não o necessário para te suprir, mas o maximo que posso oferecer.

terça-feira, 30 de julho de 2013

não entendo tu, mas repito diariamente que te amo. se tu largasse só um minuto dos seus pensamentos corrosivos e inflamados e lembrasse de mim. do quanto eu fiz e faço para te mostrar que sou eu. olha essa minha insistência cotidiana. larga o jornal e deixa o café de lado. pensa em nós, sem peso, sem dor.
enquanto tu me abraçava do lado externo do museu, eu usava o pretexto de arrumar seu cabelo mas estava apenas afofando os cachos, fazendo cafuné. tu dizia para tirarmos uma foto, pois era importante retratarmos as nossas faces felizes. não tiramos. nunca tiramos. na verdade uma só, entre amigos.
sem fotografias, tento eterniza-lo em escritas resquiciosas.
minha vida bastou por ser feliz ali, amo tu imensamente porem sofro com a ida que nunca chegou a ser vinda.
uma ida sem meu consentimento.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

esteja pronto
para agradecer
pois o mundo
há de se mover.
o que tu pensa
quando me olha passar
balançada
com a tua presença?

Vê angustia?
nos olhos de não te ter.

Ou vê o amor?
a vontade dele florescer.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

quanta poesia
cabe
em uma garrafa de
vinho barato?
escrevo coisas
corriqueiras
para as pessoas
que levam rasteiras
terem a quem se identificar.

mudanças para pior
tenho asco
do seu novo azedo
que masco
masquei
e mascaro.
que encaro
na porta
do seu presente
como despedida
perdida
em lamentos
repito
- tu não é mais o mesmo.
como se
adiantasse
como se
por milagre
tu mudasse
e voltasse
a ser meu
amado
o que perdi
em medos
num estalar
de dedos.

terça-feira, 23 de julho de 2013

dos meus ataques psiquiátricos
sai ilesa.
ser hipocondríaca
não conta
como consequência.
amor?
traz um base
traz um saque
traz uns carinhos
traz uns beijinhos
traz uns abraços
traz uns amassos

e por fim
traz um amor
pequeno,
que caiba no meu quarto
verdadeiro,
que se doe por inteiro.
Frio, frio. Passei os últimos dias congelando. Com preguiça de sair das cobertas. Com preguiça de produzir, fazer algo que ocupe minha mente um instante. Mas a preguiça não me dá tempo e faz eu me acomodar na melancolia cotidiana. Nos momentos a fio sem sair da minha própria cabeça, pirando.
Pirando, pirando. Passei os últimos dias alucinada. Com a mente de saco cheio e eu colocando mais merda de informações possíveis. Aderindo mais filosofias, lendo outras percepções.

 não sei se estou em um contexto, não sei quem sou. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

meu coração envolto por uma tristeza.
coração partido, pedacinhos ao chão.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

pra ti que amei

Te quero como alguem que nunca vejo
Te quero como alguém que tem seu caminho e não me força a tomar decisões.
Te quero como alguém que nunca da o ar da graça e que raramente telefona.
Te quero como alguém que me esqueceu mas vez ou outra sente falta dos meus lençóis.

te quero como alguém que não vem mais.
nem corre atrás.

sábado, 13 de julho de 2013

Olha-me
vê que agora sou sua
chama- me
de minha...
esquece
que sou errônea

padece
que esse amor maldito
só machuca
bendito!




quinta-feira, 11 de julho de 2013

Gostar

faz gostar,
faz desorganizar
faz emprestar
faz inquietar
faz acalmar
faz sentir
faz apreciar
faz almejar

faz o tempo voar.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Cheiro de café
me descubro das cobertas
e olho tu em pé
parado me olhando
com duas xícaras na mão
e um bom dia cantarolando.

traz café, bom dia e sorriso
senta-se comigo
para tomarmos café juntos
no nosso abrigo.

me vem um pensamento
em um momento silencioso
de que melhor que café
é tu meu gostoso.

me denga, me mima
me faz cafuné
me beija, me abraça
com toda a graça
que seu conforto me dá.

no nosso ninho
infinito carinho
café até gelou
e o nossa vontade esquentou.
Nas gavetas há paixões não curadas.
Sentimentos em aberto.
Planos interrompidos.

Não passo de recordações frustrantes.
Aborto de melhoras.


Uma degradação trivial.



segunda-feira, 8 de julho de 2013

de conversas

Ele escuta vinil
toma sua breja
ela fuma seu base
e o tempo rasteja.

demora a passar três míseros dias
que agonia
essa ansiedade
que antes era calmaria.

ela anseia o ver
para crer
que sem propósito
palavras saíram do deposito
e ficaram expostas
perguntas sobre gostos
e semelhantes respostas.

Boa noite
descansando os olhos dos óculos ele fala
e as três da madrugada vira a hora que cala
hora de descansar, hora de dormir
para num longo dia de amanhã
pararem ambos para sorrir.


Doce bar

Procuro seu rosto entre as pessoas embriagas. levanto os pés para achar com mais facilidade. mudo de lugar enquanto penso em desistir. penso porque são quatro da matina e tu ainda não chegou.
não sei se foi a vodca que bebi. os entorpecentes que usei. os remédios que tomo sem controle. a espera. ou tudo misturado.
só sei que estou esgotada, cansada, exausta.

mas as quatro e cinco tu e uma antiga predisposição anímica resolvem chegar.

como sempre, junto com o final.
final da bebida, da musica, da festa e do desejo...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

...

( ) depreciação

Roda vinil

o samba da noite
a lembrança dos copos
das caricias
da malicia
de menina.
dos olhares e gentilezas
do gingado a leveza.

 a beleza
do momento
apegado
ao seu tempo.

agora só nostalgia.



03/07

hoje você o ama de paixão. hoje tu tem vontade de se casar com ele. hoje você quer ter um casal de filhos e adotar mais um indiano. hoje você sonha em ficar com ele para sempre. hoje você tem vontade de gritar para o mundo inteiro a imensidão do seu amor. hoje você quer apresentar ele como seu homem a todos. hoje o seu amor é eterno.
e amanhã?
amanhã ele não vai te dar atenção o dia inteiro, porque o jogo do time dele passa as 4h. amanhã ele vai deixar a toalha molhada em cima da cama. amanhã ele tem futebol com os amigos e não vai poder almoçar com você. amanhã ele vai esquecer a tampa da privada levantada. e depois de amanhã, e depois...


relacionamento é uma prova diária, não existe promessas que o sustente.

terça-feira, 2 de julho de 2013

noite sem data

distraída, porem no fundo esperava sua vinda pelos cantos – frequentamos o mesmo buraco, tu freneticamente e eu contando os dias uteis da semana. logo te vejo, no susto me bate a euforia. a empolgação de encontrar meu bem querer e emudeço. tu vem, e num quase ato de atropelo me fogem as palavras convencionais ‘’oi, tudo bem?’’. respiro. reticências. dois segundos de abraço. sua fuga de meus olhos pela única porta posta perto. fugaz para não perder o costume. foi-se com o cabelo bagunçado que é particular do meu relicário. solitário e ermo.
a noite rasteja ao som de Tom Jobim numa merda de versão pop rock. aquele lugar, o mesmo de sempre não parecia tão mais o mesmo. desovaram uma raça pré-playboy por lá. mas não me incomodava tanto quanto o meu olhar disfarçadamente procurando o seu. tempo parei no bar, dando gargalos em bebidas distintas. tempo parei no fumódromo, roendo unhas e tragando maços.

acontece que, vou embora agora. 


minha poesia

minha poesia tem nome,
tem endereço,
tem telefone.

minha poesia gosta de banana com mel,
de estampas coloridas,
e de apontar laser para o céu.

minha poesia gosta de moleza,
de cigarro natural
e cerveja na mesa.

minha poesia anda de anéis nos dedos
rock no fone,
e modernos adereços.

minha poesia é aquele que me ama,
me beija, briga
e reclama.

Haikai

com Rolling Stones
a ruptura da caretice
acontece.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

samba

- dedico essa ao Zé.

escuta-se o som de Deixe a menina - Chico Buarque vindo da voz da interprete.
a moreninha corre pro meio do salão derrubando sua cerveja pelo caminho. o rapaz quieto do canto mostra que tem samba nas veias e solta seu gingado.  logo se vê que todos estão dançando. Até a moça do bar mexe seus ombros junto com a musica. as pessoas estão alegres, cantantes e suadas. mulheres do samba com infinitas cores nas saias. homens do samba com infinitas malicias. coisas acontecem...

 e o Zé está no fumódromo.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

o café segura meus olhos
o cansaço segura minha xícara
como a teimosia segura meus amores
e o juízo minha malicia.
Prazer é ler
um livro rasurado
onde o realce
é um poema magoado.




Moleskine, anotações antigas III

o deleite oscilava
em carnes frívolas
misteriosas.
surgiu no momento
extraordinário
que o encarde pervertido
ficara lícito, explicito e consentido. 

veemente e impiedosa paixão.


vem cheia de munição.

Moleskine, anotações antigas II

impossível pode ter sido tudo
menos nosso amor,
se chegou a ser
se é que me entende
que nitidamente
eu vi ele florescer. 

como foi os versos claros
das manhãs tardias
(as das dezesseis horas)
passavam algumas vezes
das dezesseis...
mas entre cobertores
nem lembrávamos do tempo
que atento
sacudia o fato
que chegara nosso entardecer.

tu, pileque cabisbaixo
que tomei com vodka pura,
que ingeri como veneno
e lambi como cura.

confino as virgulas e reticencias
como partes do meu eu
de um amor possível
dilacerado, louco e cabível
que não aconteceu.



Moleskine, anotações antigas I

não venhas de mãos sujas em cima de mim.
odeio seus anseios de explorar entranhas desconhecidas
e depois choramingar em versos
pra eu me sentir atraída.

gosto das palavras como de cheiro no pescoço
tu sabe, tu me lê, 
com um olhar estranho
um olhar insosso.
conheces as regras do meu corpo
conheces
sem confinamento
sem pudores
e sem bons comportamentos.
a graciosidade
da arte
é o amor que 
sempre parte

parte 
o coração.

e o desmazelo
torna-se inspiração.

Sobre respeito...

gostaria que o respeito não fosse algo supérfluo como na visão de muitos. aqueles que se dizem respeitosos por ouvir um velhinho, ou por dar licença pra alguém que queira passar. o respeito deveria ser algo que todos no subconsciente tivessem cravado. que respeitassem a pessoa amada sem mais tarde a difamar no jogo de sinuca com os amigos. que respeitassem dando lugar ao idoso sem maldizer dele quieto até o ponto de chegada. que respeitassem a opção sexual de alguém simplesmente por ser alguém como você, de carne e osso. que respeitassem a religião do alheio sem se obstinar a convencê-lo que a sua é a correta. que respeitassem a reputação de alguém sem repassar o que ''ouviu dizer''. que respeitassem o silencio da biblioteca deixando os assuntos não importantes pra depois. que respeitassem o cesto escrito lixo para não ver os bueiros entupidos no noticiário..
enfim, algumas coisas banais que me fazem duvidar da sapiência do homo.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A floriculturista

Para ele, o melhor horário do dia é o do almoço. Não só porque esse é o tempo de relaxar do estresse de ser um publicitário corrido, mas porque no caminho do restaurante existe uma floricultura.  Na faixa de entrada uma cor rosa com janelas amarelas, o que seria pop arte se a arquitetura não fosse de um uma sutileza tão neoclássica.  Alguns vasos do lado de fora com Gérbera, Áster e Aveca. Em forma de placa, um quadro- negro encostado no canto, onde se escreve todos os dias recados amorosos. Shakespeare tinha seu nome cravado quase toda semana. Mas Carlos Drummond, Vinicius de Moraes, Chico Buarque costumavam marcar bastante presença também. Pela janela se via uma moça de uns vinte e poucos anos que trabalhava alegre. Estava sempre com um rabo de cavalo e o avental amarelo com terra. Usava galochas coloridas e estampas florais. Sua fisionomia era delicada, meiga e tinha a mania de contagiar os clientes quando saia sem querer seu sorriso frouxo.

Hoje a vez foi de Cazuza ‘’eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem engano’’.  E ele como faz a mais de dois meses passava com lentidão por ali. Sentou-se no banco do outro lado da rua pra fumar o cigarro que tanto esperava enfurnado em sua sala. Como de praxe observava ela disfarçadamente.Como ela estava linda, com a harmonia da vida sincronizando com seus passos leves. Com o rabo de cavalo por fazer sendo lançado em direção ao vento. Com os gestos uniformes, charmosos como se ela fosse uma princesa recém-saída de seu castelo. Com o olhar distraído, ingênuo. Ela era realmente apaixonante.


Hoje mais que dia de Cazuza no quadro, era dia de atravessar a rua.




terça-feira, 25 de junho de 2013

ninguém se cura da dor sozinho.
alguns precisam de analistas, psiquiatras.
outros de religião, entorpecentes.
crença em horoscopo. em numerologia.
em um novo amor.
tem gente que precisa de tudo isso junto.

eu por exemplo, não me deixo curar sem estar totalmente anestesiada com doutrinas, credos e vícios. preciso de todos ao mesmo tempo
e com fartas porções de leituras.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

24/06

passei a tarde inteira com o telefone na mão. atitude nula. não iria te ligar, não esse ano. já faz tempo e talvez agora devêssemos não tocar a campainha, nem discar o telefone. por essa tarde embora lamuriosa me segurei. o tempo passou segundo por segundo com a minha alma atordoada de lembranças.
queria te contar segredos que guardo, pois só tu entenderia, somos o inverso: semelhantes que se atraem. queria conversar sobre rock'n'roll e sobre o ultimo livro do Lobão. queria saber se tu ainda é um petista fervoroso, e se tu terminou o livro do lula que te dei no nosso ultimo aniversario. se tu participou ativamente dos manifestos pois sempre fomos muito ativistas. queria saber como tu estas, como anda a faculdade, as bandas, a família. queria ouvir sua voz já que seu rosto é impossível. ver seu rosto é como entrar em um ciclo infernal.
agora ando convicta de que já te vi pela ultima vez. na frente do bar, com perguntas retoricas, e uma vontade assustadora de me jogar em seus braços.
com a gente sempre foi tudo, não é?
infelizmente na vida relacionamentos duradouros são entre cumplicidades amenas, não prazeres viscerais.
o meio termo.
o equilibro.
não o céu nem o inferno.

os maldizeres nunca me importaram.
nem vão.
diferente de muitos: eu me conheço!

Desgaste. São só sobras de uma boemia que não pertence mais a idade, esta que a vaidade não me permite revelar. o tempo leva tudo menina... tudo.  a primeira coisa a ir é a lucidez, horas tu se encontrará pateticamente ébria junto a seu copo de whisky, na sarjeta.
depois, leva os seus amantes... deixando um desmazelo que nunca te pertenceu. com eles foi-se as noites festivas, os lençóis sujos, as paixões atormentadoras, destas que adoecem e alimentam a alma.
a pele de boneca vai-se embora, e talvez esse seja o maior trauma da vida de uma mulher. pois o almejo masculino em doses ínfimas por suas pernas metodicamente cuidadas por baixo das meias, extingue-se.
bom... me afogo nessas taças desleais.

Meu clamar:

- Volte!






domingo, 23 de junho de 2013

sentada no bar, uma voz familiar me disse que tu estas chato hoje em dia. pratiquei descaso e mudei de assunto (oras, tu sempre foi intolerável). as noticias sobre ti continuam a chegar sem permissão. o silencio que estamos não adianta em nada quando teus barulhos ainda me perseguem, tua imagem ainda tira o sono e teu numero de telefone ainda vive na minha mente, decorado.
pensei em mandar uma mensagem dizendo que tenho uma sobra de tempo, que não ando trabalhando muito, que estou com vontade de ir na Arcadia, que venci mais um período da faculdade, que minha gaita esta abandonada e que não componho mais pra noites despropositais.
fica só no querer, fica só no quase mandei mensagem.

domingo, 2 de junho de 2013

Como coube a saia curta de couro, coube perfeitamente a luxuria. Olhou-se no espelho e alinhou o risco feito a delineador do lado esquerdo, ao qual ficara um milésimo mais largo que o direito, droga. Nos lábios cor de sangue, cor de paixão, cor de rosas, cor Mate. Vestiu a meia nas mesmas pernas que confundiu entre lençóis com um babaca qualquer. Colocou seu salto fino, ao qual já havia pisado no amor, furado a ferida exposta. Um amor que de tão desgastado já havia dilacerado e por fim dissecado. O vestido era apenas uma arma, não de fogo mas tão perigosa quanto. Pois nunca saia desprevenida, sempre armada.
Pobres coitados aqueles que embriagados pelo embalo do seu quadril lhe oferecem bebida, pois mais tarde oferecem-a também a vida.
E quanto a isso, ela é cruel.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

falso

com o teu falso amor fiz verso,
versei pra me conter.
mascarar minha subalternidade
pura essência medíocre,
prato cheio
para o teu corpo putrefato.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

dobradiças

na busca eterna do amor,
amava a falta de doçura com que ele regia a vida.
amava o jeito cafajeste com que  adormecia ao lado de qualquer meretriz.
amava o halito noturno de gim.
amava o podre, o nicho.
amava o pouco caso e os caprichos.



dar outra chance não é difícil, difícil é a pessoa fazer dessa chance uma motivação de mudança.
eu aceito dar a segunda, a terceira, a milésima chance se necessário, porque cabe a mim.
o que não me cabe é pedir. porque eu não sou esforçada o suficiente para mudar por pequenezas.
e não é do meu feitio fazer alguém de babaca.

16/04

hoje foi um daqueles dias que sofri demasiadamente, que o choro não deixou meus olhos secarem. aquele dia que mais que todos os outros pude só não sentir, mas ser uma merda. rabisco cadernos com gosto com frases sem nexo. só quero parir essa dor porque anestesiar-me com entorpecentes não vai resolver nada. serei hipócrita ao dizer que ao menos um remédio pra dormir não faço gosto, pois faço.
desistir que sempre foi uma opção, só afirmará o meu fracasso eterno, decidi não ser fraca desta vez. colho o que planto. e especialmente hoje, colho insensatez e desiquilíbrio.
preciso de reza forte.
e preciso que essa merda de dia seja mais um ''merda'' de teatro, que não passa de um sorte futura.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

passou desviando o olhar severamente,
pois obstina em me punir.
prolongar a desgraça,
causar padecimento, flagelo, tormento.

trajo a incessável dor.
trago a incansável e desgostosa persistência.
um plangor costumeiro, um sorriso fajuto, uma vida ordinária.
uma alma oca.
um corpo cadavérico.
um coração arrancado.

só tenho peso.
e um peso inexorável.


terça-feira, 2 de abril de 2013

Verniz da aparência

a sorte que me resta
é ruína.
meu refugio
são anseios desleais.
o que tenho
é apenas
uma imagem deplorável.
com um estado inferior
sem hesitar,
princesa das carniças.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

acordei com enjoo.
vontade de vomitar o álcool
e as palavras que compartilhamos.


inclusive todo o resto.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Desuso

patética amante
sedenta de posse
vitima do prazer visceral
dissipa pudores
escancara sujeiras
logo ex-felina

coração machucado
dor dobrada
lastimando
nome másculo clamando
deitada, jogada
abandonada
no chão gélido da cozinha
garrafa de Whisky
sozinha.

terça-feira, 26 de março de 2013

Roda gigante

algodão doce no verão.
delicadeza nos gestos.
sorriso frouxo.
confiança desmedida.
beleza na felicidade.
aroma de momento único.
olhares de cúmplices.

pediram,
duas entradas para o parque
e duas para o amor.


segunda-feira, 25 de março de 2013

e um rosto que nunca vi
rouba para sempre o meu olhar.
um rosto que nunca viu
meus olhos brilhar,
encharcar, fitar.

domingo, 24 de março de 2013

o coração vagabundo caiu em contradição,
começou a amar um anjo.
amor que fez ele quebrar teorias de sua conduta.
levar a crer que absolutamente tudo que aprendera até ali,
pudesse ser esquecido em um sorriso.
mísero sorriso.

que dilacera.

segunda-feira, 18 de março de 2013

mensagem curta

quem disse
que poesia é lorota
inventou uma tremenda
fofoca
e uma triste
ignorância.
não carece ser culto pra saber
que palavras de amor fazem
renascer
que palavras dolorosas fazem
crescer
e que palavras bonitas fazem
viver.


domingo, 17 de março de 2013

vivo no tempo que as verdades são quebradas.
acordei um dia e descobri que Plutão não é mais planeta e que as retas paralelas não são infinitas, elas se encontram no horizonte. que o átomo não é a menor partícula da matéria, que ele é divisível.
acordei um dia e descobri que vida social ao contrario do que dizem ''fazer bem'' desgasta. que as pessoas não são incríveis, elas são iguais. que cada um tem seu interesse próprio mesmo no momento de ajuda.
o ser humano me enoja.

quarta-feira, 13 de março de 2013

só tenho dois pedidos antes de tu ir:
devolva o livro pra minha estante e deixe o maço de cigarro em cima da mesa - se possível  com uma ponta.
mesma jaqueta
mesmo cabelo sem corte
mesmos amigos (que hoje são meus também)

deu vontade de estar perto

sinceramente até agora
não sei o que vi em você

só sei da vontade de estar ao seu lado
acordando as 4 da tarde
e requentando seu macarrão.

Tenho tanta saudade.

terça-feira, 12 de março de 2013

amora

frente a porta galocha vermelha
recém chegada da chuva.
o cashmere pendurado no cabideiro.

e vem todos os dias assim,
certa e segura.
traz sorriso e frutas
ambos frescos
compondo com
seus apetrechos.

amorinha,
amor-e-minha,
criança doce.
doce menina.

passa o tempo e as mulheres fatais, intencionais
perdem a graça com a chegada
da que te oferece apego, aconchego e sossego
no mesmo endereço.

segunda-feira, 11 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

ao meu coração com esmero

amado, dono dos meus delírios nirvana  e dos meus infernais tormentos. sei que te dei pausa, não me enrosquei em nenhuma paixão que traz desgraça e benção na mesma estrofe. sei que deves estar sentindo-se revigorante, afoito e empolgado pra sair escuridão a dentro caindo na boemia, em vinhos e linguas.
peço-te (me) as desculpas sinceras de sua serva que vive com o teu batimento.
querido órgão, devo te confessar que nessa pausa, nesse descanso,  perdi o jeito de balançar, de conquistar.
tu deve ter sentindo um pouco, nem tão jovem sou mais, e pelas ínfimas e infinitas paixões que tive o tempo me passou para trás.
as moças boas casaram cedo, e as entrelinhas como eu, não sabem onde enfiar o pé.
sou mais uma a cessar na juventude.

prantos.

Carta platônica

Olá, prazer.

já nos conhecemos, mas nunca fomos apresentados formalmente e nem precisa de delongas. sentir que te conheço é o bastante pra mim. apenas queria ter contigo umas palavrinhas, se tu se dispor a ler essas pobres linhas.

por que despe minha alma com o olhar?

não que eu não goste, sendo modesta, eu gosto e muito. deleito-me com as cores castanhas fitando minha cintura, cabelos, boca. porem entristeço-me quando ao chegar nos meus olhos os seus enganam a si e viram pro copo de bebida que é imediatamente levado ao seu paladar. tu não sabe disfarçar.
reparo em ti, sei que bebe cerveja e sei que entre teu grupo de amigos, tu é o mais tímido e calado. pode parecer estranho, diferente mas eu vejo tanta beleza no teu silencio. comparo-o com a pirita que carrego no colo. ainda não conheço a voz que te honra, e isso não tem importância . teria caso em antigos amores tu lesse Leminski pra amada dormir.

isso que seriam poucas palavras.
devo deixar de escrever aqui...
não.
não porque tenho uma vontade indescritível de ti. o papel e o grafite não são suficientes e os adjetivos do dicionario perderam os sentidos.
tenho um almejo do seu gosto, amargo, doce, azedo, melado.
conhecer como tu é, verdadeiro e integro entre edredons e pernas entrelaçadas.




Amantes

tomavam chá,
fumavam.
riscavam-se
(ela escrevia na pele dele, ele pintava com aquarela a pele branca dela)
transavam.
ritualístico.
não tinha ordem
não havia tempo.
pactuaram de passar o carnaval em casa,
ouvindo bossa nova.
delicia.
tudo era questão de uma brincadeira perigosa.
toda brincadeira tem seu fim,
mas neste o fim foi prolongado até não haver mais jeito.
até não caber mais o ''eles'' na mesma palavra.

ela sente ainda o cheiro de lavanda do cabelo desajeitado
e vê nitidamente as covinhas dele toda noite antes de dormir,
quando precisa pensar em algo bom,
pra se desligar.




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

paradoxo da pintura

olhar olhar olhar
olhar
o branco agoniante da tela
que grita ser todas as cores.

só me satisfaz
quando pelos meus pinceis
o branco
fica escondido

e silenciado!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

e eu prometi que não iria escrever sobre ti.
é que hoje tocou uma musica e me doeu tanto aquela ferida já cicatrizada, passada. chorei chorei e choro.
escrevo aos prantos pois nada cessa essa dor.
o seu sorriso eram minhas melhores fotografias... e hoje a sua falta é a minha mais dolorida lembrança.
a lembrança do nunca mais.
to esperando janeiro passar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

não preciso de um bar
talvez de uma companhia
dessas parcerias de filme
musica e preguicinha
que tome vinho comigo
e leia poesia
que ri dos meus problemas
reclame dos meus vícios
mas tudo ameno na melodia.