domingo, 10 de março de 2013

Carta platônica

Olá, prazer.

já nos conhecemos, mas nunca fomos apresentados formalmente e nem precisa de delongas. sentir que te conheço é o bastante pra mim. apenas queria ter contigo umas palavrinhas, se tu se dispor a ler essas pobres linhas.

por que despe minha alma com o olhar?

não que eu não goste, sendo modesta, eu gosto e muito. deleito-me com as cores castanhas fitando minha cintura, cabelos, boca. porem entristeço-me quando ao chegar nos meus olhos os seus enganam a si e viram pro copo de bebida que é imediatamente levado ao seu paladar. tu não sabe disfarçar.
reparo em ti, sei que bebe cerveja e sei que entre teu grupo de amigos, tu é o mais tímido e calado. pode parecer estranho, diferente mas eu vejo tanta beleza no teu silencio. comparo-o com a pirita que carrego no colo. ainda não conheço a voz que te honra, e isso não tem importância . teria caso em antigos amores tu lesse Leminski pra amada dormir.

isso que seriam poucas palavras.
devo deixar de escrever aqui...
não.
não porque tenho uma vontade indescritível de ti. o papel e o grafite não são suficientes e os adjetivos do dicionario perderam os sentidos.
tenho um almejo do seu gosto, amargo, doce, azedo, melado.
conhecer como tu é, verdadeiro e integro entre edredons e pernas entrelaçadas.