sexta-feira, 27 de abril de 2012


queria acertar nas palavras, saber usa-las com você. deixar que saiam sem me perder dentro do pensamento que te deseja. espero que você entenda que meu silencio de vez em quando é um atropelamento de vontades nossas.

Tem pessoas que ficam no caminho contigo...
te ajudando a caminhar, levantar, sorrir... as vezes rola um estresse, mas o que seria da vida sem um pouco de tristeza? uma rotina de felicidade. chato né?
só os cativadores estão ao meu lado. ganhadores de simpatia. os dispostos a amar no perrengue e na loucura.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Desquerer



De luxuria, de pele
não vivo
supro carências.
loucura avassaladora,
atropelamento de vida,
dias de tensão,
caio fora.
valorizo parceria,
companhia,
apoio.
gosto de morar
na chegada não no caminho,
no carinho,
no toque,
no perfume...
no carinho certo,
no perfume certo.
desquero
quem mata minhas expectativas.
embalo as fantasias e
escondo.
desquero
a falta,
o desinteresse.
de te querer
desapontei-me
desquero você.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dona morte

como uma noviça em peregrinação eu andava. olhava para os lados e para o chão. reparava os restos  de cigarro que usurparam o branco dos ladrinhos poloneses da calçada. mais trabalho pro gari, menos trabalho pros fumantes. me enquadro nessa classe, não sinto orgulho. prefiro perder meu ar em outras ocasiões. em surpresas por exemplo. porém a monotonia acaba sendo tão comum quanto uma safra de vinho na adega. então, mais uma gangrena por favor?
o primeiro cigarro vem juntamente com a insônia mal curada. o segundo com os problemas que acumulei e aborreceram os pensamentos. o terceiro vem porque a nicotina do meu corpo esta chamando o clã pra juntar-se a ela. 20 cigarros 24 horas. na merda estou, e sei. um dia quem sabe eu saia daqui. viva.
é isso? propagandas negativas em massa pra evitar que eu morra?
palmas a sociedade que se preocupa com os saúde do seu cidadão por meio de publicidade, não de solução.
não é o fim do mundo saber que tu vai morrer(mais cedo) pelas suas próprias mãos. não confiaria minha morte a ninguém.

vou morrer uma hora, todos vão...e nunca parei pra pensar. o medo alias, me impede até hoje de amadurecer algumas idéias. não quero pensar que vou morrer logo, tarde, na hora certa, por cigarro, sem cigarro. quero pensar que vou morrer apenas. me desapegar um pouco do que me prende. afinal a única certeza que temos é a morte, e foi dado uma vida inteira pra revisar esse conceito sem mudar o fim.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

peripécia

A fotografia do seu olhar eu guardei em mim.
minha mente recorda traços, cílios,  pupila, Iris,  brilho, a cor que muda conforme a luz. o desejo, os sonhos, o sofrimento, a leveza. tudo tão intensamente vivo pra dizer que é mera lembrança. contido apenas na fotografia, esta que, inconscientemente te chama, te pede todos os segundos... mesmo quando meu medo se faz inesgotável desespero. largo meu desespero em algum lugar e me atiro em seus braços. Imã.
cheiro, coço, abraço, beijo, faço doce, aperto. estou te vendo, estas me vendo? estas girando? abre o olho. olha aqui. deixa eu tirar mais uma foto tua? recordar do teu sorriso enquanto me olha...
Click!!! ... e esse perfume continua me envolvendo, me encantando, quero mais, quero mais, quero mais....
(como um baque lembro)
hora de ir mocinha
(hora de cair fora da minha própria mente).




quarta-feira, 18 de abril de 2012

dilema

Sinto
depois
penso.
aspectos internos
no espelho do quarto
no paitê da saia
no cabaré das mariposas
no blues da prosa
na reflexão dos leigos
perdi a cabeça...
reconheço só,
a essência aflorada
do meu espirito.

intuição, emoção, imaginação, criação, sensibilidade...
ser, onde for, eu serei...





segunda-feira, 16 de abril de 2012

abraço

De minhas mãos
finas e delicadas
unhas avermelhadas
sai um aperto
envolvendo um abraço
ritmando nosso compasso.



João Gilberto - Rosa Morena

domingo, 15 de abril de 2012

Promessa


Cismava pela utilidade do dispensável
até contarem que...
Promessa
é divida.
se quer
terá de assumir uma obrigação
e pagar 
não com notas sujas e passageiras...

















Efeito colateral


Calei 
emudeci
afoguei
ocultei
dissimulei
sufoquei
de tanto querer
te ter
de silêncio
gritei
e esmoreci.







sábado, 14 de abril de 2012



deixo o coração esquecidinho na gaveta. segunda-feira eu penso no que fazer com ele...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sumi.

não tenho condições de te ter por perto. não to podendo me dar ao luxo de ser insegura. parei com as férias, voltei ao trabalho, aos estudos, ao ateliê...continuo escrevendo, com a velha inspiração... ta lendo? to com sua camisa velha, fumando um cigarro. continuo a minha rotina igual, sem ti apenas. é meio chato fico entristecida com as lembranças, logo passa, sei que é melhor não ter aquele turbilhão de emoções, não agora, não nesta fase.
a interpretação da minha ausência não deve ser de adeus. pois é justamente na ausência que  vou realmente reafirmar o que sentimos, o que temos, o que tanto gasto paginas tentando explicar ...

minha fonte de amores por ti é inesgotável. temos certeza do que sentimos, e não é esse tempo que vai determinar o que acontecerá, somos nós. Só nós dois.
certo, queria que tu cozinhasses hoje pra mim, to tão atarefada que ganharia massagem. ou simplesmente me fizesse companhia, mas entendamos que preciso sumir...
espero não ler nenhuma resposta....
saiba que... amar alguém, uma pessoa só, a vida inteira, é talento!

nosso amor é o pior dos pecados, e por isso, foi abençoado.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

pequenina

pequenina
leva consigo
uma boneca...
no futebol com papai
shopping com mamãe
clube com os avôs...
leva pra caso
não consiga se divertir
com tanta distração.

pequenina
leva consigo
um livro...
na escola com os colegas
no mercado com a mamãe
no passeio com as amigas...
leva pra caso
não consiga se divertir
com tanta distração.

pequenina
leva consigo
um moleskine...
em todo lugar que passa
caso inspiração haja.

no mundo real ela não quis existir
se omitiu.
atendeu sua vontade
e inventou sua realidade.


















Nando reis - Eu e a felicidade

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Voz do corpo


Corre vida corrida
leva todo o azul de dona Frida
quero tudo podar
e o resto 
atirar ao mar
como se me livrar fosse tudo
um vazio mudo.
é preciso do corpo se desapegar
para o personagem montar
me deixa, vou atuar
corpo branco e alma posta a amar.




au revoir!


tu vem e me oferece uma bebida.aceito.reparo cada mínima possibilidade de escolha que faço.por simples aceitação de doses e drinks, entro no seu mundo.mundo boêmio.o qual inúmeras vezes escrevi, e não me deixei viver.
pra mim, é questão de coragem. e quando se exige coragem, envolve medo.coragem de sair da imaginação de minhas palavras, do entender dos livros que dediquei horas amando, pra viver momentaneamente essa realidade.
me leva pro seu romance, não feito, não escrito.faça-me uma pagina, um capitulo imortalizado.não me deixe ser mais.só uma forma incompleta almejada de amor.
quero palavras não ditas.um leque de escolhas e caminhos diferentes de ti. porém quero sim, viver esse amor, esse capitulo estético ao leitor.já sinto minha voz dizendo ‘’amo você’’ e ‘’adeus’’.
tu vais sofrer, chorar, jurar não viver sem mim.
eu vou sofrer, chorar, jurar não viver sem ti.
...adiante seremos felizes.não juntos.
 antes que a historia comece, já inventei o final. Segue a rédea.




segunda-feira, 9 de abril de 2012



- esse cigarro vai lhe matar!
- não. antes dele me matará seu orgulho, seu desprezo. sua falsidade em negar nossos sentimentos olhando em meus olhos. sua insolência perante a mim. seu corpo não agindo aos nossos instintos.
cultivo um câncer sabia? desde que tu se foi.
um câncer que se manifestou com a flechada do cupido pintado por J. Louis David. flechada posta em ferida. sangramos juntos a mira ruim. e tu continuas a me negar, por tolices meramente abstratas e sem emoções.
diga-me por que tiraria de mim, o único vicio que posso satisfazer?
morrerei de abstinência sua.


domingo, 8 de abril de 2012

respire-me

nåo vou perder
jamais
a ingenuidade amadora
com que escrevo
estas linhas tortas
de fantasias e medos.
é meu concerto
fora de época e endereço
abrigado
na ausência insegura
do seu apreço.

é com clareza
que te esclareço,
meus sentimentos
do oposto ao avesso.

A arte preserva o corpo e desconstrói a alma.




sábado, 7 de abril de 2012

la vanité

feri em movimento sua vaidade
apaguei a chama do marlboro nela
feri em circular
como meia fina 3/4
cashmere
pele.
atores representam trajedias.
cantores interpretam operas.
Paris e floriculturas abrem suas portas.
a vida continua na sua rota
em circular a Terra.
no circular da sua vaidade
vaidade fracassadamente frustrada.


porque temos que nos movimentarmos 
avante e pra frente,
se o belo horizonte é uma ilusao
e somos levados 
pela sintonia
circular 
da indecisão?

Jantar de olhares

Sente-se essa noite
frente a frente
comigo e
participe do banquete.
ofereço-lhe,
talheres de ouro branco
safras antigas
cheiro de seiva
e na bandeja
minha luxuria.
compartilhe,
do silencio que imposibilita os gestos
dos sentimentos exacerbados
que saltam do peito e
transbordam o desespero
de nossas måos
tragicamente afastadas.
caia no pranto de olhares achados
respire o momento brandio
hipnotize-se pelo nosso barulho calante,
que nåo esconde
o ardor orgulhoso
de nossas prioridades
desleais conosco.


prezo tu
preze a mim
sente-se 
e apenas
sinta-se
sinta-nos....

sexta-feira, 6 de abril de 2012

to caminhando...com uma diferença.
hoje tenho apenas o peso do meu corpo, dos meus ossos, da minha alma, sobre meus pés. excluo da minha vida tudo que é acomodado e vampirico. não quero carregar mais nada nem ninguem nas costas. fiz isso por muito tempo, até descobrir que meus pés só suportam mesmo, o peso do meu proprio corpo. nenhum outro mais...
nenhuma dor nas costas... nenhuma decepção...nenhuma companhia. sozinha é como escolho caminhar.

a moça de sorriso facil se perdeu no tão sagrado tempo.

ressaca de vida

manhã, que tudo vem a tona
a noite de bebedeira se torna clara
e seu beijo se torna mais uma vez
intacto
e inalcançável.
quero que me devolva a liberdade
aquela de poder ter seus beijos
também no amanhecer.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

meu ego nao tem alicerce nenhum, nem estrutura, nem tamanho. não sirvo pra nada. e mesmo assim continuo precisando menos dos outros do que eles de mim.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Quadro feio


como uma tela mal feita, rasurada, borrada, manchada... é assim que te vejo. como aquela tela que horas dediquei tentando preencher todos os espaços em branco. não tinha idéia do que desenhar, menos ainda de que material usar. tentei de tudo, desde lápis de cor e nanquim, até óleo e colagem. porcaria. joguei tantas fantasias, historias, esperanças. joguei duas almas que se amavam e dois corações que se contemplavam (explodiram-se tinta sangue e cósmico). era pra ser a tela mais bonita, mais bem feita, mais transparente, mais eu interior. era pra ser exposta em Roma, cidade dos apaixonados. decepcionei-me. na tela tinha até choro, que se misturava com a tinta óleo ainda não seca, meleca. no fim tudo preto, tudo feio, tudo estragado. você que se fez assim pra mim, todas as coisas que depositei em você, que confiei a você foram quebradas, destroçadas, choradas migalhas. miséria de desenho, e eu nem poupei material. te criei lindo em meus pensamentos, mas ao te botar no papel tudo trocou de lugar, de forma.
os sentimentos se distorceram... e eu confio nos meus quadros, na minha arte...
não é ‘’talvez’’nem ‘’quase’’ que eu uso hoje, é certeza. você nada mais é pra mim, que aquele quadro que violou todas as regras e se tornou horrendo.
logo nós que falávamos de arte, fazíamos arte e vivíamos de arte... logo você...se tornou minha maior frustração e poluição visual.



ps. vou deixar na frente de casa pra ver se alguém pega aquele grotesco quadro, e tenta alguma utilidade.