segunda-feira, 30 de setembro de 2013

acontecia que a dias não acontecia nada. o quarto escuro do qual não saia havia sido lotado por garrafas de cerveja. algumas vazias. outras meio vazias. nunca meio cheias. nunca se vê o lado meio cheio do copo. só o meio cheio do cinzeiro. alias, as brasas caiam por toda a parte. pelo sofá quando segurava o livro e esquecia de bater as cinzas. na mesa do computador após mexer em fotografias. na cama antes de dormir. na cama antes de acordar. na varanda não. não saia para ver a luz do Sol. sentia-se constrangida  com a claridade no seu rosto.
ela era um parasita que retirava seus meios de sobrevivência de seu próprio enfraquecimento diário. do arrastar fúnebre dos dias. da desistência do viver.