terça-feira, 2 de julho de 2013

noite sem data

distraída, porem no fundo esperava sua vinda pelos cantos – frequentamos o mesmo buraco, tu freneticamente e eu contando os dias uteis da semana. logo te vejo, no susto me bate a euforia. a empolgação de encontrar meu bem querer e emudeço. tu vem, e num quase ato de atropelo me fogem as palavras convencionais ‘’oi, tudo bem?’’. respiro. reticências. dois segundos de abraço. sua fuga de meus olhos pela única porta posta perto. fugaz para não perder o costume. foi-se com o cabelo bagunçado que é particular do meu relicário. solitário e ermo.
a noite rasteja ao som de Tom Jobim numa merda de versão pop rock. aquele lugar, o mesmo de sempre não parecia tão mais o mesmo. desovaram uma raça pré-playboy por lá. mas não me incomodava tanto quanto o meu olhar disfarçadamente procurando o seu. tempo parei no bar, dando gargalos em bebidas distintas. tempo parei no fumódromo, roendo unhas e tragando maços.

acontece que, vou embora agora.