segunda-feira, 22 de abril de 2013

falso

com o teu falso amor fiz verso,
versei pra me conter.
mascarar minha subalternidade
pura essência medíocre,
prato cheio
para o teu corpo putrefato.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

dobradiças

na busca eterna do amor,
amava a falta de doçura com que ele regia a vida.
amava o jeito cafajeste com que  adormecia ao lado de qualquer meretriz.
amava o halito noturno de gim.
amava o podre, o nicho.
amava o pouco caso e os caprichos.



dar outra chance não é difícil, difícil é a pessoa fazer dessa chance uma motivação de mudança.
eu aceito dar a segunda, a terceira, a milésima chance se necessário, porque cabe a mim.
o que não me cabe é pedir. porque eu não sou esforçada o suficiente para mudar por pequenezas.
e não é do meu feitio fazer alguém de babaca.

16/04

hoje foi um daqueles dias que sofri demasiadamente, que o choro não deixou meus olhos secarem. aquele dia que mais que todos os outros pude só não sentir, mas ser uma merda. rabisco cadernos com gosto com frases sem nexo. só quero parir essa dor porque anestesiar-me com entorpecentes não vai resolver nada. serei hipócrita ao dizer que ao menos um remédio pra dormir não faço gosto, pois faço.
desistir que sempre foi uma opção, só afirmará o meu fracasso eterno, decidi não ser fraca desta vez. colho o que planto. e especialmente hoje, colho insensatez e desiquilíbrio.
preciso de reza forte.
e preciso que essa merda de dia seja mais um ''merda'' de teatro, que não passa de um sorte futura.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

passou desviando o olhar severamente,
pois obstina em me punir.
prolongar a desgraça,
causar padecimento, flagelo, tormento.

trajo a incessável dor.
trago a incansável e desgostosa persistência.
um plangor costumeiro, um sorriso fajuto, uma vida ordinária.
uma alma oca.
um corpo cadavérico.
um coração arrancado.

só tenho peso.
e um peso inexorável.


terça-feira, 2 de abril de 2013

Verniz da aparência

a sorte que me resta
é ruína.
meu refugio
são anseios desleais.
o que tenho
é apenas
uma imagem deplorável.
com um estado inferior
sem hesitar,
princesa das carniças.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

acordei com enjoo.
vontade de vomitar o álcool
e as palavras que compartilhamos.


inclusive todo o resto.