terça-feira, 20 de março de 2012

Ninguém vê que ando sobrevivendo. pisaram no meu crânio com força o bastante pra abrir meu maxilar. deixaram meus olhos a ferida exposta. arrancaram meu fígado com as próprias mãos e fritaram na mesma frigideira que Gil fez Tio San entrar na batucada brasileira . podaram meus pés, e como se não bastasse, acido sulfúrico foi derramado. meus ossos foram quebrados um a um roídos por ratazanas. os músculos habitados por baratas que saem do esgoto podre humano. crianças maias reviveram pra comer meus dedos. Ed Gein usou meus seios pra fazer um abajur, e supriu sua tara de almejos estranhos. os japoneses fizeram minha pele de tapete e venderam em um leilão, porém não lucraram tanto como o dente de John Lennon.  os europeus queimaram meu cérebro na fogueira de Joana d’arque.

estava com Aquiles nas águas de Estinge. Ele se jogou de cabeça, e eu fiquei ali com medo da água. e agora transformo meu medo em arte.

explicado porque sou só coração?