segunda-feira, 12 de março de 2012

Fatal

calibre 38.
digitais postas no gatilho, submissão e domínio torturados na mente cartesiana ‘’penso logo existo’’. infinitas possibilidades jorravam por entre os dedos finos, sem a mínima chance de cogitar algo. Nova York, sorvete e namoradeira no verão não ocultavam o incêndio que fez o alicerce desafirmar e a estrutura desabar. vênus rasgou-se. mostra a tatuagem da virilha que a anos ansiou e saciou o palato do scarpin azul verniz ao lado da cama. a mesma flor preta riscada à 10 anos na beleza negra da alta sociedade. os anéis pontuados de diamantes exuberavam a linha que não se perde, a classe, a elegância, a pose . gozou de tudo com proveito sim, porem esquartejou-na em colunas sociais e usurpou a imagem que era referencia para não enlouquecer inteiramente. enlouqueceu. lábios carnudos sabor ciúme, crime atentava contra os pudores morais combinado com batom Vermelho Mate. Mate-o. poderia ser mais fácil. um corte rotineiro durante uma cirurgia de apendicite. resfriado comum mal tratado. um mísero numero somado as vitimas do transito . mas quem era ela pra impedir a manifestação do universo agindo inerentemente do veneno vingativo que sua mente alimentava com boas doses de tolerâncias limitadas.
esvaziou o calibre com a mesma mão que afagou o ego do seu companheiro por anos e em um voto de traição maior baleou a costela dada por Genesis que tornou ela quem ela é. vestiu-se de preto e assumiu o papel de viúva negra, pelo crime que cometeu contra si mesma.