sexta-feira, 5 de outubro de 2012

a mocinha parou.
do bolso vazaram poemas rascunhados.
escritas que demonstrava o seu amor, e explicava o seu temor de chegar até ali, numa tarde ensolarada de quarta.
parou de súbito porque lembrava que as palavras tem segredos, não é só ler e compreender.
os rabiscos, destroços, fragueamentos, eram sentimentos dela, nunca revelados antes.
desistiu aos poucos e deu meia volta.

tinha medo de entregar seu coração a um não artista.
medo do deboche dos leigos.