domingo, 25 de dezembro de 2011

poesia torta

Anotações de agendas
Não são iguais as do moleskine
nelas eu trago um ar menos eu.

é caneta e papel deveria não ligar
simplesmente só escrever
mas o só escrever me deixa tão só
sozinha, em mim.
Assim.

To sem inspiração, rumo, chão
to sem ar, sem visão
não triste,

talvez
indiferente, descrente.

Esperando isso passar
abstinência, de querer ser
alguém que não seja eu
porque o eu me tortura com o sua implicante solidão.

E a liberdade se resume em viver
com
vodka, uísque, maços de cigarro
maços de cigarro
e sem inspiração.
Quando escrevo, falo, insinuo que pirei
digo serio.
invento minha  poesia, meus versos sem rima
sem sentidos, sem normalidades
sem nada.
Estou em busca do nada?
esse nada existe? Diga-me, por favor!
não tenho sentido, não do sentido as coisas
não consigo
só tenho perguntas, perguntas, perguntas
duvidas, duvidas à esclarecer
mas ninguém vem me ajudar, ninguém vem me olhar
avisar.

estou cega, mas não de amores
nem dores, paixões
estou cega porque não escrevo bem
perdi o dom
(se um dia eu tive um)
perdi a música
o som
mas não perdi a poesia
que mesmo

torta e ruim.
é poesia.
mesmo
doida
é poesia.

só avisem que eu voltarei um dia
pra qualquer lugar
que seja o meu
onde vou me encontrar.