domingo, 18 de dezembro de 2011

Dia de ninguém


 dia de esquecer o cheiro de bolo de baunilha, bolinhos de chuva, chocolate quente, nas tardes frias de sábado. esquecer a voz aconchegante do vovô com suas marchinhas de carnavais, se envaidecendo da sua velha e boa época, levado pela sua embriaguez.  esquecer os anos passados, que já foram um dia expectativa de materializar sonhos. esquecer como é grande o número de pessoas que conheci comparado ao misero número das pessoas que realmente amo e compartilho minhas alegrias e angustias. esquecer os domingos de parques, bicicletas e grama seca. esquecer o cheiro de frutas silvestres que adoecem o meu coração de vaidade. esquecer cigarros trocados, livros lidos, cervejas em dia de Sol, estudos, pincéis e desenhos, câmera fotográfica, abraços, beijos, lápis e papel... é necessário tirar um dia e ser ninguém, para caminhar sem estilhaços e fragmentos. sem amores e desamores.
Só um dia, esta bom!